A dor causada pela perda dos
entes amados atinge a todos nós com a mesma intensidade. É a lei da vida a que
estamos sujeitos.
Quando nascemos, nossa única certeza
absoluta no transcorrer da vida será a de que um dia morreremos. Não há como
fugir a esta realidade.
A morte não faz parte de nossas
preocupações imediatas. Vamos levando a vida sem pensarmos que um dia
morreremos, aí, quando menos esperamos, ela nos bate à porta arrebatando-nos um
ser amado e então, sentimo-nos impotentes diante dela e o pensamento de que
"nunca mais o verei", aumenta mais nossa dor.
Algumas pessoas sentem com maior
intensidade a perda do ente amado, demorando a se recuperar da dor pela partida.
Principalmente, se a morte ocorreu repentinamente, de uma forma brusca, como
acontece em desastres ou através da violência. Existem também pais que perdem
seus filhos em tenra idade, quando começam a sonhar para eles um futuro
promissor.
Com a perda,
vem a tristeza e a revolta: "Por que meu filho morreu tão cedo? Era preferível a
morte ter me levado no lugar dele, pois já vivi muito enquanto ele não teve
tempo de viver", e por aí seguem outras tantas exclamações contra a partida
daquele ser tão querido. Então, vem a procura, a busca de um consolo que possa
realmente acalmar e levar um pouco de tranquilidade ao espírito, e vem a
indagação que tanta angústia traz ao coração: "Onde meu filho(a) estará agora?
Só queria saber se ele(a) está bem, como se sente.". Começa, então, a procura
por notícias, o afã de saber o paradeiro daquele que se foi para nunca mais,
segundo a visão acanhada que se tem da "vida e da morte."
A possibilidade da comunicação com o
ser querido, leva muitas pessoas a desejarem, a todo custo, uma mensagem, uma
palavra que possa proporcionar-lhes a aceitação do ocorrido ou que lhes minore a
enorme saudade que sentem.
É muito gratificante, através do
intercâmbio espiritual, sabê-los felizes, certificando-se, através de relatos
deles próprios com detalhes de sua nova existência, que eles continuam ligados
aos familiares pelos laços indestrutíveis das afeições sinceras.
No entanto, é necessário precaver-se
contra a urgência desenfreada de se obter, a qualquer custo, principalmente em
pouco tempo de desencarnação dos entes queridos, a comunicação tão desejada com
intuito de acalmar o coração saudoso.
Sabemos que a comunicação em pouco
tempo de desencarne, não é totalmente impossível, mas não é recomendável, visto
o espírito encontrar-se num estado de adaptação a sua nova vida, e de sentir-se
ainda fortemente ligado às vibrações materiais.
A mediunidade não deve ser encarada
como um dom nosso, e sim, um dom a nós dado por Deus, uma ferramenta de trabalho
em benefício não só do próximo como do próprio médium, pois se bem utilizada é
uma ponte para a evolução de nosso ser. Mas a paciência para se obter a
comunicação deve ser levada em conta, pois existem barreiras dos dois lados que
podem adiar por um bom tempo o tão sonhado intercâmbio.
Em casos extremos, pode acontecer do
desencarnado, ao ver o estado de sofrimento dos familiares com a sua partida,
pedir aos espíritos responsáveis por sua adaptação ao mundo espiritual para ir
acalmar-lhes os corações..
Muitas vezes, os espíritos dos entes
queridos vêm nos visitar e nós não damos por isso, ou mesmo, durante o sono, o
nosso espírito vai se encontrar com o dele, vai visitá-lo, e não guardamos
lembrança de nada, a não ser uma saudade, uma lembrança dele que não sabemos nem
porque nos vem tão repentinamente.
Sabemos através dos ensinamentos
espirituais, que todos nós ao fecharmos nossos olhos para a vida material e nos
transferirmos para a vida espiritual, ficaremos num sono, numa espécie de
torpor, recebendo todo o amparo e ajuda de equipes espirituais para nos
desfazermos das vibrações materiais com maior rapidez.
Então, esse período para o espírito é
de fundamental importância, requer daqueles que ficaram, o amparo da prece e de
vibrações de amor e de que seus sofrimentos não ultrapassem aquele da saudade,
sem extrapolar para a revolta com os desígnios de Deus. O importante, é sabermos que o
desencarnado requer um tempo para se reconhecer. Muitas vezes eles não se sentem
mortos, sente-se como se estivessem num sonho; ficam sem entender o estado em
que estão. Mas, esses irmãos não ficam sozinhos nunca. É preciso que saibamos
disso: os espíritos responsáveis por eles estão junto esperando que as vibrações
materiais mais grosseiras se desfaçam, cuidando com todo o carinho para que eles
possam se adaptar ao novo estado.
Abra o seu coração para Deus, apenas
Ele poderá te ajudar. A
saudade é grande, mas devemos pensar que, esteja onde estiver, nosso ente
querido estará bem, melhor do que aqui, e ao lado de Deus nosso
Pai!
Por Guilhermina
Batista Cruz
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